Como fazer amigos e influenciar pessoas
Eu não tenho a menor ideia de como fazer isso, só coloquei um título chamativo para ganhar sua atenção. Na verdade, eu gostaria de refletir um pouquinho sobre amizades, principalmente, sobre estes relacionamentos quando a gente chega à vida adulta.
O que é amizade?
No dicionário encontraremos algo como “relação de afeto, carinho, estima e dedicação entre duas ou mais pessoas, onde esses sentimentos são recíprocos.”. Entendemos a amizade como um processo de se relacionar com um outro que se desenvolve e modifica ao longo do tempo.
Não dá pra tentar trazer uma definição rígida e exata do que é amizade. Cada grupo, país, sociedade e cultura vão entender de uma forma diferente. Em uma sociedade onde o burocrático é supervalorizado, talvez, amizades com teor burocrático sejam o típico. Enfim, a amizade é influenciada por diversos aspectos. Impossível ter uma definição.
Por isso, vou tentar trazer a minha visão, o que eu entendo pelo termo. Amizade é um relacionamento entre pessoas. É um lugar de intimidade e ajuda. Que acontece entre pessoas que gostam uma da outra e estão em busca de trocas e companhia. É preciso que exista um sentimento de igualdade, onde nenhuma parte é maior e melhor que a outra. Pode ser um lugar de transformações também.
Fora isso, outra questão que acredito ser relevante é que este tipo de relacionamento precisa estar além de laços familiares e românticos. Não que nestes não exista um toque de amizade, mas amigos precisam compor um ciclo social à parte. Pois, caso tenhamos problemas nas outras duas esferas, podemos ter a quem se apoiar. Outro ponto importante, é que as relações familiares não escolhemos (não na família de sangue), porém em amizades, nós podemos e deveríamos escolher.
Qual é a necessidade de termos amigos?
Eu vou afirmar que nós, como seres humanos, somos seres sociais por natureza. Nossa espécie cresceu e é o que é, pois formamos grupos, tribos e comunidades. O ser humano em si é tão fraco e indefeso perante a natureza e ao mundo, que a gente só vence na quantidade.
Nós temos vários tipos de grupos: família, trabalho, amizades, etc. Focando na amizade, esta traz possibilidade de adquirir novos comportamentos, de fazer parte de um grupo e de afirmar ideias e pensamentos.
Um garoto que cresce numa casa sem figura masculina, pode adquirir comportamentos que são ligados ao gênero masculino através do contato com seus colegas também do gênero masculino. Uma adolescente que adora ler, mas que vem de um lar onde isso não é incentivado, pode manter este comportamento fazendo parte de um grupo que incentiva a leitura.
Ter amigos é permitir que a gente viva mais, no sentido de tempo e qualidade.
Como fazer amigos?
Imagino que tentamos procurar por pessoas as quais sentimos algum tipo de semelhança. Seja o estado civil, religião, condição financeira, idade, gênero ou ideias. Esse pensamento de que os opostos se atraem é baboseira, a gente quer quem parece conosco.
Não todas, mas, geralmente, amizades acontecem de uma forma fluida, ou seja, não é planejado. Encontramos alguém que é bacana compartilhar e por ali ficamos. A intimidade, de início, não é procurada nestas relações, simplesmente acontece.
Existem fatores, na construção da amizade, que estão além do nosso controle. Como local de residência, probabilidade de interação, frequência de contato, habilidade de comunicação e disponibilidade do outro, que afetam na construção desta relação. Mas, há controle em selecionar quem pode ou não ser amigo. Fazer um processo de seleção. Os critérios de inclusão podem ser diferenças ou similaridades na faixa etária, escolaridade, aparência física, vestuário, ideias e comportamentos.
Sendo mais prático, fazer parte de atividades em grupo pode ser uma forma de entrar em contato com novas pessoas e, consequentemente, fazer novos amigos. Por exemplo, esportes coletivos (futebol e artes marciais), hobbies (artesanato e fotografia) e aulas em grupo (dança e pintura). São possibilidades que podem facilitar, mas, talvez, a melhor dica é ter paciência nestas relações e estar aberto a novas pessoas, lugares e experiências.
Quando a gente cresce fica mais difícil.
Acho que aqui o assunto fica um tanto quanto complicado, tudo até aqui foi na teoria, mas a prática é diferente. A gente pode até saber o que é amizade, porque é importante e como fazer, mas na realidade, como a gente aplica isso?
Acho que vale a reflexão de enquanto a gente cresce, principalmente, nessa fase de jovem adulto, são muitas mudanças acontecendo e diferente da adolescência, que também traz toda uma questão biológica, as mudanças nesta fase são mais sociais. É no estado civil, escolaridade, emprego, etc.
A gente entra nessa vida, muitas vezes, ainda solteiros, isso traz uma dependência e conexão maior com nosso ciclo de amizade. Mas, logo, passamos a ter relacionamentos amorosos e passamos a dedicar nossa energia para isso. E, depois, vem filhos e carreira, assim a amizade se perde um pouco. Aquilo que a gente demandava dos amigos (fazer parte de um grupo, compartilhar ideias, proteção, afeto, etc) acaba sendo suprido por outras frentes. O problema é que esse nosso eu-amigo fica, muitas vezes, vazio.
Um questionamento que, acredito eu, deveríamos ter é “como eu contribuo para o desenvolvimento, para a manutenção e para o declínio das minhas amizades?”.
https://www.scielo.br/j/pe/a/fcvqh9ZLPbtvPH59Rtm8qjy/?format=html&lang=pt
http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/180/redes-sociais-e-relacionamentos-de-amizade-ao-longo-do-ciclo-vital
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